Klébi
Depois de rever a obra em um projeto ao vivo, Klébi Nori cai no mundo do samba com muita elegância. Seu novo CD, Sambarás, marca a volta da artista a gravadora que lançou seu álbum de estreia, Dabliú Discos. Também comemora os vinte anos de carreira da cantora e compositora.
No novo trabalho a paulistana Klébi dá vida e roupa elegante para doze composições inéditas. Com uma carreira que tende para um pop inteligente, seu mergulho profundo no samba é uma novidade, apesar de já ter flertado com o ritmo antes. A nova coleção de canções segue a marca poética com a mesma qualidade que marca a obra da compositora. A produção artística do projeto é assinada por Eduardo Gudin, um dos grandes compositores de samba na terra da garoa.
Os elegantes arranjos de Gian Correa deixam Klébi à vontade para mostrar seu samba em uma roupagem tradicional. Ele também é parceiro de Klébi emSamba na manga, que abre o CD, Água raz, Climática e Ponte – essa com adesão de Raul Corrêa passeando por cenário urbano.
O sotaque é charme especial no samba paulistano de Klébi. Com ginga e intimidade, mostra que a relação com o ritmo é bem mais que um flerte, o samba de Klébi é genuíno e com digital própria. Falando de amor ou de temas do cotidiano, cria histórias como em Crime do compositor, Samba mulher e Vamos e venhamos. “Sambarás / Asseguro-te que sambarás / No tempo desse verbo / Tudo se dará”, brinca na faixa título, que encerra o disco.
Sintonia nessa reta final de 2015: o samba está em alta nas vozes femininas. Além do disco de Klébi chegam ao mercado simultaneamente novos trabalhos de Zélia Duncan e Roberta Sá dedicados ao ritmo e seus afluentes. Cada uma de seu jeito mostrando que o samba é terreiro amplo onde sempre vale a pena pisar.
No caso de Klébi fica a surpresa para quem acompanha sua carreira. Entrando nessa avenida com propriedade, mantém o bom nível de seus trabalhos anteriores oferecendo novos ares.