Sérgio Ricardo

Artista :

“Considero Sérgio Ricardo um dos artistas mais nobres e conscientes que o Brasil já produziu…”
Carlos Heitor Cony

Sérgio Ricardo é uma das principais referências da nossa música popular, influenciou toda uma geração de artistas, unindo em suas composições a tradição e a modernidade da cultura brasileira.
Mesmo longe da grande mídia, Sérgio vem compondo, gravando, escrevendo trilhas musicais e roteiros para cinema e teatro, atuando, produzindo e imprimindo seu talento em tudo que faz.
“Acompanho Sérgio Ricardo desde que eu era garoto, tempo da Bossa Nova, eu comprava todos os seus discos. Eu sabia aquelas músicas de cor…” Chico Buarque

TRABALHOS, PRÊMIOS E DEPOIMENTOS
Sérgio Ricardo traz em suas composições a marca de sua brasilidade, de seu profundo conhecimento da nossa tradição musical, resultando em uma arte multifacetada – cantor, compositor, poeta, instrumentista, roteirista, diretor e produtor – de valor incontestável no desenvolvimento e representatividade da arte brasileira. Cineasta premiado e reconhecido nacional e internacionalmente, e para reafirmar seu potencial criativo nos apresenta trabalhos na área de literatura e artes plásticas.

Artista multimídia, Sérgio Ricardo começou sua carreira aos 17 anos como locutor e programador musical na Rádio Cultura São Vicente no litoral paulista, em 1949.

Sua carreira de cantor e compositor surge nas casas do Rio e de São Paulo no início dos anos 50, vindo a ser o sucessor de Tom Jobim na boate Posto Cinco, no Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores da Bossa Nova, no final dos anos 50, tendo participado do famoso Concerto do Carnegie Hall.

Suas composições foram gravadas por grandes intérpretes nacionais como Eles Regina, Leila Pinheiro, Nara Leão, Maysa, Tim Maia, Edu Lobo, Nelson Gonçalves, entre muitos outros. Sucessos como “Zelão”, “Esse Mundo é Meu”, “Folha de Papel”, “Pernas”, “Nosso Olhar”, “Ponto de Partida” e “Calabouço”.

Presença ativa no movimento cultural dos anos 60, atuando no Centro Popular de Cultura da UNE do Rio de Janeiro e como autor de trilhas musicais para peças teatrais e cantor em vários shows, além de despontar como cineasta no Cinema Novo. Compôs as trilhas sonoras de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” e “Terra em Transe”, de Glauber Rocha; “A Compadecida” de Jorge Jonas, entre outros, além das trilhas de seus próprios filmes como “Esse Mundo é Meu”, “Menino da Calça Branca”, “Juliana do Amor Perdido” e “A Noite do Espantalho”.

Sérgio Ricardo é autor de trilhas sonoras para televisão, como a da minissérie “Zumbi Rei dos Palmares” a novela ”Mandacaru”, (dirigida por Walter Avancini e exibida pela TV Manchete) e vários especiais para a TVE, onde dirigiu programas culturais.

Em 1961, o seu filme “O Menino da Calça Branca” foi convidado pelo Itamarati para representar o Brasil no Festival de Cinema da Tchecoslováquia e no Festival Internacional de Curtas-metragens em San Francisco – EUA, onde obteve o segundo lugar. No Brasil, recebeu o prêmio Berimbau de Prata no primeiro Festival de Cinema da Bahia, além do prêmio Governador do Estado da Guanabara, em 1963, e em 1964, com o filme “Esse Mundo é Meu” foi considerado pela revista francesa especializada ”Cahiers du Cinema” um dos cinco mais importantes filmes do ano, sendo também premiado nos Festivais Internacionais de Cinema, no Líbano e em Gênova. Com o filme “Juliana do Amor Perdido” recebeu o prêmio de melhor roteiro, melhor fotografia e melhor ator coadjuvante no Festival de Cinema de Santos, em 1970, e foi convidado pelo Instituto Nacional de Cinema para participar “hors concours” nos Festivais de Cinema de Berlim, Alemanha. Em 1974, com o filme “A Noite do Espantalho” foi convidado pela Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes e pelo Festival Internacional de Nova York.

Sua trilha sonora para o filme “O Lado Certo da Vida Errada” de Otávio Bezerra foi premiada no Festival de Brasília em 1998.

Em 1969, recebe um prêmio como compositor e cantor no Festival da Grécia com a música “Canto Americano” e, no ano seguinte com “Aleluia”, um tributo a Che Guevara, no Festival da Juventude, em Sofia/Bulgária.

Como ator e compositor da trilha musical participou da peça ”Ponto de Partida” de Gianfrancesco Guarnieri, em meados de 1970. E, compôs a trilha sonora da peça infantil “Flicts” de Ziraldo.

Compôs o musical “Estória de João-Joana” único cordel de Carlos Drummond de Andrade, lançado em 1985, com instrumentação de Radamés Gnattali. Em 1999 o musical é encenado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com orquestra e participação de Chico Buarque, Elba Ramalho, Alceu Valença, Telma Tavares e Zélia Duncan, posteriormente gravado nos estúdios da Radio MEC e lançado em 2000.

Apresentou-se, com a orquestra sinfônica regida por Cláudio Santoro, no Teatro Villa-Lobos em Brasília e no MASP em São Paulo, regida por Juan Serrano.

Um dos LPs de maior sucesso de Sérgio Ricardo tinha um nome muito apropriado: “Senhor Talento”. Na verdade, poucas palavras definem tão bem esse artista de atividade múltipla. Com o passar dos anos a gente viu que outras palavras também poderiam retratá-lo fielmente. Se me coubesse, agora, a responsabilidade de escrever a biografia de Sérgio Ricardo, é provável que eu a intitulasse de ‘Senhor Dignidade’.

“Considero Sérgio Ricardo um dos artistas mais nobres e conscientes que o Brasil já produziu. Tem um temperamento quente, quebrou um violão num desses festivais, criou uma horda de ressentidos e até mesmo de inimigos. Nada disso influi na importância artística de sua obra.” Sérgio Cabral, 1991

“Vinculado à Bossa-Nova, ele supera o modismo. Aproxima-se mais do clássico, ao piano ele é soberbo e no violão é extremamente original.
O compositor é que interessa. Além dos sucessos históricos de “Zelão” e “Esse Mundo é Meu”, seu grande momento foi a trilha composta para “Deus e o Diabo na Terra do Sol”. Experimentem ver o filme de Glauber sem a música de Sérgio Ricardo. É como ver uma catedral gótica sem agulhas, um pássaro sem asas.

A coerência artística e política de Sérgio Ricardo, desagrada aos oportunistas de todos os tamanhos e feitios. Ele passa recibo, tem sangue quente, reage – é um artista de briga, embora seja um doce como pessoa.

Em torno dele foram criadas lendas, é um dos artistas brasileiros mais injustiçados. Outro dia num programa da TV Cultura (Programa “Ensaio”), ele deu um banho de musicalidade e coerência política. Ficará em nossa história como uma espécie de Corpo Santo musical, de Aleijadinho que precisou de quase dois séculos para ser reconhecido pelos modernistas de 22. Da minha parte, sempre lhe queimei o incenso que ele merece.” Carlos Heitor Cony (Publicado no jornal Folha de SP, 22/06/97).

Sérgio Ricardo de volta aos palcos para o lançamento seu CD – “Quando menos se espera”, apresentando composições inéditas e algumas regravações dos seus grandes sucessos, como “Zelão”, “O Nosso Olhar”, “Calabouço” e “Beto Bom de Bola”, uma das finalistas do Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record.

No show de lançamento nas principais cidades e capitais do país, Sérgio apresentou-se com diversas formações, em duo, trio e quarteto

PONTO DE PARTIDA
Com roteiro e arranjos elaborados ao violão e voz. traz hoje para o público uma visão abrangente da sua obra, sozinho no palco, retomando o caminho de seus shows dos anos 60. No repertório, seus maiores sucessos, com músicas feitas para a Bossa Nova, como Zelão, Pernas, O nosso olhar, Ausência de você, Poema Azul, Folha de Papel; para trilhas sonoras de filmes, como Deus e o Diabo na Terra do Sol de Glauber Rocha, Enquanto a tristeza não vem, de seu primeiro filme Menino da Calça Branca. Esse Mundo é Meu de seu segundo filme do mesmo nome, Mundo Velho e Arrebentação de seu terceiro filme Juliana do Amor Perdido; Ponto de Partida que integrou a trilha sonora que fez para a peça de Guarnieri, cujo título ficou com o nome da Canção; para o movimento de resistência à ditadura, como Semente, A fábrica, Cacumbú, Lá vem Pedra, o Gato e Beira do Cais.

Sergio escolheu este título para o show por estabelecer um “ponto de partida” para retomar seu caminho na música popular. De voz e violão, tentando atravessar a crise cultural em que vive o país, mergulhada no caos estabelecido com o fechamento das gravadoras, com a pirataria, com a ausência de espaço para a sua difusão, com a inversão de valores etc.
Também por ser este o título da canção com a qual sempre abre seus shows e seu coração para o público:

“Tenho pra minha vida
A busca como medida
O encontro como chegada
E como PONTO DE PARTIDA”

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